sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Brasileiros, nós podemos ser melhores do que isto!

Em um dos nossos jantares começamos a falar sobre as culturas dos países, a mãe da casa onde eu estava hospedada falava sobre como ela vivenciava culturas diferentes, uma vez que já tinham morado com eles pessoas de vários países. Em meio a conversa, onde debatíamos sobre atitudes, valores e comportamentos, ela disse que havia visto na internet uma brincadeira de que 9 meses após o carnaval é que nasciam as crianças no Brasil, e é claro que isto foi motivo de muita risada entre os americanos e coreanos presentes.
Imediatamente eu tratei de amenizar a concepção, muitas vezes errônea, que eles tinham de nós brasileiros, e confesso que não gostei nem um pouco do comentário.
Naquela noite nossa conversa após o jantar não rendeu muito, eu não estava me sentindo muito bem e logo tratei de subir para meu quarto.
Fiquei refletindo sobre tudo o que foi comentado, e comecei a me revoltar um pouco, e confesso que não me revoltei com eles, americanos e coreanos, mas conosco, brasileiros. Ora, se eu estou em um país e para eles o meu país trata-se apenas de Carnaval, mulheres nuas, esbornia e futebol, de onde está o erro? Será que o erro se encontra neles, ou em nós que transmitimos estas informações?
O que vemos quando ligamos nossa televisão todos os dias? Novela com cenas e ações cada dia mais vulgares, tragédia, enfim... o que de cultura, educação, evolução nós transmitimos? Quem de nós assiste todos os dias canais como Cultura, Futura, TV Escola? Agora quem assiste Nina, Rita e Carminha???
Desculpe, mas se eles tem esta concepção ao nosso respeito, nós somos os principais responsáveis por passar esta concepção.
Não estou dizendo que não podemos assistir novelas e canais de tragédia, mas isto deveria compor um percentual muito menor frente aos materiais de conteúdo que deveríamos buscar.
Quem postou no Facebook que 9 meses após o Carnaval nascem as crianças no Brasil, de certo foi um brasileiro, e o pior de tudo é que outros brasileiros compartilharam isto. Quando todos os dias entro no Facebook, em muitos momentos me envergonho e me revolto um pouco com os conteúdos que vejo postados, com a vulgaridade, com a falta de conteúdo, com a mediocridade. Quero deixar claro mais uma vez, que sei que nós somos divertidos, amamos festas, brincadeiras, situações cômicas, mas não devemos nos compor apenas disto.
Uma matéria de sucesso que rodou o mundo e ainda está marcada em várias partes: "Tiririca ganha as eleições", (quero deixar claro meu respeito ao Tiririca, o admiro muito, mas como comediante), o que estamos transmitindo aos outros, ou melhor, o que estamos fazendo conosco e com o nosso país? Tudo bem, podemos pouco nos importar para o que os outros pensam sobre nós, concordo. Mas devemos nos importar com o que estamos fazendo para nós mesmos, DEVEMOS NOS IMPORTAR SIM!!!! Devemos nos importar em sermos melhores para nós, para nossos filhos, nossos netos…
Brasileiros, nós podemos ser melhores do que isto!!! Tenho plena certeza de que podemos!!!

Forte abraço

Camila Ferreira

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Ampliando os Horizontes


Nesta nova experiência, passando exatos 30 dias longe de casa, aprendi, dentre várias lições, a ampliar minha visão sobre o mundo, sobre as possibilidades e sobre mim mesma.
Percebi que muitas coisas que hora são importantes, em outras horas não são mais.
Que algumas coisas que você almejada em determinado momento já não lhe basta mais, você precisa querer mais, ir além, traçar objetivos novos e maiores.
Uma experiência como esta nos permite sair do nosso quadradrinho, da nossa zona de conforto e refletir que podemos ir muito mais além. Como diz o próprio ditado "o céu é o limite". É claro, baseado na humildade, ética e respeito.
Conheci muitas pessoas de países e culturas diferentes e de metas amplas, de conhecimento vasto. Conheci 3 estudantes da Coreia, duas mocinhas e um mocinho. Pessoas Fantásticas. Se tornaram meus grandes amigos. E achei fantástico em perceber que eram tão novos, as meninas, Ellin e Elici eram gêmeas e tinham 20 anos, e o rapaz, Jae, tinha 18 anos. Extremamente jovens, mas com maturidade e mentalidade incrível, inteligentíssimos. Permanecerão nos EUA por 1 ano para estudar.
Minhas amigas moravam na mesma casa onde eu estava, todos os dias íamos para a escola juntas, conversando, rindo muito, correndo as vezes para pegar o BART (Metrô), fazendo encenações no meio da rua para que pudéssemos nos entender quando não conseguíamos assimilar o que a outra estava falando, uma vez que nossa comunicação era única e exclusivamente em inglês.
Um dia no caminho para escola minhas amigas perguntaram desde que idade eu trabalhava, e eu orgulhosamente falei "desde os 18 anos" e elas com os olhos arregalados de espanto repetiram "18 anos?", e eu imediatamente perguntei a partir de que idade os coreanos começavam a trabalhar, elas disseram "geralmente a partir dos 24 anos, depois que concluem a faculdade". 
Nem preciso dizer o quanto achei isto fantástico!!! Um país que investe em educação, este sim é um PAÍS RICO!!!
A partir dali tracei novos e mais amplos objetivos para minha vida, nunca fui uma pessoa acomodada, sempre batalhei, lutei, acreditei em mim mesma e no meu potencial, mas esta experiência me permitiu admitir que talvez tenha sido um pouco generosa comigo mesma, posso me cobrar um pouco mais (nada de exageros é claro!!!).
Inicialmente tracei quatro novos objetivos: fazer Mestrado em Universidade Pública, falar fluentemente Inglês, Espanhol e Italiano. Inglês e Espanhol porque são as línguas essenciais, e Italiano, aahhh Italiano, que língua maravilhosa (a meu ver), quero aprender Italiano por amar esta língua, talvez não me sirva de muita coisa, mas quem disse que o aprender pode ser demais? Nunca. O aprender nunca é demais. Devemos nos conscientizar que não aprendemos para os outros, aprendemos para nós mesmos, e que quando algo é para nós mesmos deve ser muito melhor, maior, mais completo e prazeroso. A transmissão deste conhecimento ao outro é apenas uma consequência, afinal não podemos dar o que nós não temos. 

Forte abraço,

Camila Ferreira